O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
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ainda assim, do
sinthoma que rola
, o sinthoma com rodinhas que Joyce junta
com o outro.”
p. 15-16
“… temos apenas o equívoco como arma contra o sinthoma.”
p. 18
“Digo que é preciso supor tetrádico o que faz o laço borromeano –perversão
quer dizer apenas
versão em direção ao pai
–, em suma o pai é um sintoma, ou
um sinthoma, se quiserem. Estabelecer o laço enigmático do imaginário, do
simbólico e do real implica ou supõe a ex-sistência do sintoma. (…) Vocês têm a
possibilidade de liga-los. Com o quê? Com o sinthoma, o quarto.”
p. 21
“Quando a essa cadeia que, portanto, não constitui mais uma paranoia a não ser
que ela seja comum, a possível floculação terminal de quatro termos nessa trança
que é a trança subjetiva nos dá a possibilidade de supor que, na totalidade da
textura, haja alguns pontos eleitos que se revelam como o fim do nó de quatro.
E é de fato nisso que consiste, propriamente falando, o sinthoma.
Trata–se do sinthoma não na medida em que é ele personalidade, mas na
medida em que, em relação aos três outros, se especifica por ser sinthoma
e neurótico. Dessa forma temos um panorama do que é da ordem do
inconsciente. É na medida em que o sinthoma o especifica que há um termo
que, mais especialmente, vincula-se a ele. O termo que tem uma relação
privilegiada com o que é da ordem do sinthoma é o inconsciente.”
p. 53
“(…) Existe para na medida em que há um laço do sinthoma com alguma coisa
de particular. É na medida em que o sinthoma volta a se ligar ao inconsciente
e o imaginário se liga ao real que lidamos com alguma coisa da qual surge o
sinthoma.”
p. 53
“Com efeito, se a não-relação deriva da equivalência, a relação se estrutura na
medida em que não há equivalência. Há, portanto, ao mesmo tempo, relação
sexual e não há relação. Há relação sexual na medida em que há sinthoma,
isto é, em que o outro sexo é suportado pelo sinthoma. Permito-me dizer que
o sinthoma é, muito precisamente, o sexo ao qual não pertenço, isto é, uma
mulher. Ser uma mulher é um sinthoma para todo homem, fica absolutamente
claro que há necessidade de encontrar um outro nome para o que o homem
é para uma mulher, posto que o sinthoma se caracteriza justamente pela não-
equivalência. Pode-se dizer que o homem é para uma mulher tudo o que
quiserem, a saber, uma aflição pior que um sinthoma. (…) Trata-se mesmo de
uma devastação. Se não há equivalência, vocês são obrigados a especificar o que
concerne ao sinthoma.”
p. 98
“Penso que não se pode conceber o psicanalista de outra forma senão como um
sinthoma. Não é a psicanálise que é um sinthoma, mas o psicanalista.”
p. 131
LACAN, Jacques. Anexos: Joyce, o sintoma. In: ______.
O seminário:
o sinthoma
, livro 23 (1975 – 1976). Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2007. Tradução: Sergio Laia
“… ao formular esse título Joyce, o sintoma, nada menos que seu nome próprio,
aquele no qual acredito que ele se reconheceria na dimensão da nomeação.”
p. 158
“O pai, como aquele que nome e como aquele que nomeia, não é o mesmo. O
pai é esse quarto elemento (…) sem o qual nada é possível no nó do simbólico,
do imaginário e do real. Mas há outro modo de chama-lo. É nisso que o que diz
respeito ao Nome-do-Pai, no grau em que Joyce testemunha isso, eu o reviso
hoje como o que é conveniente chamar de sinthoma.”
p. 163
“(…) o inconsciente se enoda ao sinthoma, que é o que há de mais singular em
cada individuo (…).”
p. 163
II /d.2 Outros Escritos
LACAN, Jacques. Joyce, o sinthoma (1979). In: ______.
Outros
Escritos
. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. Tradução: Vera Ribeiro;
versão final Angelina Harari e Marcus André Vieira
“(…) O S.K.belo é aquilo que é condicionado no homem pelo fato de que ele
vive do ser (= esvazia o ser) enquanto tem … seu corpo: só tem, aliás, a partir
disso. Daí minha expressão falasser
[parlêtre]
que virá substituir o ICS de Freud
(inconsciente, é assim que se lê): saia daí então, que eu quero ficar aí.”
p. 560
“(…) Por seu artifício, leva as coisas a um ponto em que nos perguntamos se ele
não é o Santo, o santo homem
[saint homme]
até não ter mais p
1
. Graças a Deus,
pois é
a ele que devemos, isto é,
a esse querer que nele supomos (por sabermos
no intimo que ele não ex-siste), Joyce não é um Santo. Ele joyza demais com a
S.K.belo para isso, tem de sua arte argulharte
[art-guei/]
para dar e vender.”
p. 562
“(…) Joyce, por sua vez, nada queria ter, exceto o escabelo do dizer magistral,
e é o quanto basta para que não seja um santo homem puro e simples, e sim o
Jacques Lacan
1 Convém ressaltar a homofonia fracesa entre symptome (sintoma) e saint home
(homem santo), que, claro, não tem p. (N.E)




