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CARTA DE SÃO PAULO – ANO 29 – Nº1 – ABRIL 2022
R$ 60,00“O tema Lugar e Laço foi tomado em perspectiva. Não somente se refere diretamente ao seminário do Miller trabalhado na Orientação Lacaniana, mas foi de fato um orientador da publicação.
Este número buscou publicar os efeitos escritos de um laço possível dentro de um lugar específico, o produto a partir de atividades e dispositivos da Escola que viraram texto sob pena de cada um”.A imagem da capa é do artista plástico Manoel Veiga (Hubble #45, 2019), que “nos tocou por vários motivos, dentre eles uma ligeira alusão a um nó, talvez borromeano, no espaço vazio”.
Paola Salinas (Editorial)
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AGENTE Nº 19
R$ 50,00[…] há algo a aprender com o fato de que o sentido
escape. Não escapa só porque sejamos tolos. A fuga
tem a ver com o que é o sentido. Escapar, fugir, é a
maneira de ser própria do sentido.[…] parece-me que a aposta de Lacan neste texto é
dizer que a fuga do sentido, seu escapismo, é um
real. Podemos tocá-lo, mas não logramos sua fuga.
Há um real quando há resistência, algo impossível
de mudar. Associamos a ideia, o sentido de real, com
a imobilização, com estar em um ponto e não se mover.
Mas aqui, o que não muda é a fuga, a fuga é uma
coisa imóvel e inamovível: é um real. Parece-me que
o esforço de Lacan é pensar o real a partir da fuga,
dessa fuga. A fuga é o real do sentido. É a maneira
como experimentamos na linguagem o impossível
da relação com o sentido. Nós o experimentamos
através disto que não se capta, que não se deixa fixar.[…]
[…] A fuga do sentido demonstra a função do “não-
-todo” na linguagem.Miller, J.-A. Sobre a fuga do sentido (1994).
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