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CARTEL, NOVAS LEITURAS
“Tenho o prazer e a honra de apresentar a vocês, leitores, a nova coletânea da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) sobre o cartel, que traz novas leituras aos interessados pela formação do psicanalista de orientação lacaniana […] Suas páginas reúnem valiosas contribuições sobre o tema, elaboradas por autores da EBP e de outras Escolas da Associação Mundial de Psicanálise (AMP), que se debruçaram sobre ele. São relatos de experiências sobre o “órgão de base”, aplicações variadas da “elaboração sustentada em pequeno grupo”, mostrando que essas formações coletivas são de um tipo muito particular.” (Do prefácio, Angelina Harari)
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MUTAÇÕES DO LAÇO SOCIAL: O NOVO NAS PARCERIAS.
O tema escolhido para a XXIV Jornada da EBP-MG – Mutações do laço social: o novo nas parcerias – já nos parecia, quando foi definido em 2019, uma proposição interessante e imprescindível. Porém, em 2020, com os acontecimentos gerados pela pandemia da Covid-19, a investigação sobre as transformações contemporâneas do laço social à luz da psicanálise de orientação lacaniana se impôs no cotidiano de cada um de nós de forma ainda mais expressiva. Dentre tais mutações, talvez a mais evidente seja a transposição de todas as nossas atividades sociais para o mundo virtual. Se desejamos que num futuro breve muitas dessas atividades voltem a acontecer presencialmente, talvez possamos dizer que a imposição do isolamento social já produziu desdobramentos que deixarão marcas na maneira de a sociedade se organizar.
Este livro, fruto do trabalho de investigação realizado ao longo de um ano incomum, quando, pela primeira vez em vinte e quatro anos, a Jornada da Seção Minas da Escola Brasileira de Psicanálise aconteceu virtualmente, é um vivo testemunho do desejo decidido de fazer valer a transferência de trabalho nesses tempos adversos.
Helenice de Castro – Diretora Geral da EBP-MG
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O QUE É O AUTISMO, HOJE?
Fórum de Debates.
Observatório de Politica do Autismo da EBP/Fapol.
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SCILICET TODO MUNDO É LOUCO
PREFÁCIO
“Todo mundo é louco” – esta proposição de Lacan deu seu título ao XIV Congresso da Associação Mundial de Psicanálise. Ela ressoa, antes de tudo, com a reivindicação igualitária que domina o mundo contemporâneo. Impelida às suas consequências, ela implica excluir toda noção de normalidade, assim como condena qualquer relação assimétrica entre aquele que se ocupa do tratamento e o paciente.
É verdade que a clínica de Lacan, na última parte do seu ensino, de- mole em seus fundamentos a referência ao normal, à saúde mental. Este aforismo, Todo mundo é louco, ou seja, delirante, surgiu uma só e única vez na escrita de Lacan, em um texto publicado na revista Ornicar? que temos o prazer de oferecer aqui para sua leitura. Jacques-Alain Miller alçou esse aforismo à categoria de princípio de uma clínica que afirma a inadequação radical entre o real e o mental.
Essa segunda clínica de Lacan amplia o conceito de sintoma, herdado de Freud, ao incluir nele, de forma essencial, esses restos sintomáticos que subsistem no final da análise e que conduziram Freud a levar em conta uma parte ineliminável do sintoma. Por essa razão, Lacan chamou de o sinthoma, na antiga ortografia restituída por ele – s.i.n.t.h.o.m.a -, aquilo que é propriamente o nome do incurável. Com efeito, o sinthoma nomeia o que não mudará, aquilo do qual nunca seremos curados, pois é precisamente isso o que fundamenta nossa existência, vale dizer, aquilo em que nos sus- tentamos na vida, nosso modo de gozar radicalmente singular.
Em certo sentido, Lacan antecipou, portanto, as consequências da ideologia contemporânea do igualitarismo universal, as quais tomam a forma de uma despatologização generalizada. Hoje, de fato, é a própria clínica que, no seu conjunto, é posta em questão, sempre suspeita de promover categorias segregativas.
Quer isto dizer que a psicanálise é um fenômeno de civilização em perfeita sintonia com o movimento do mundo?
Não. Em oposição aos preconceitos ideológicos atuais que desconceitualizam a clínica e tendem a apostar na vontade dos sujeitos, em meio à negação do inconsciente, a despatologização lacaniana não apaga ases truturas clínicas e, pelo contrário, ressalta as arestas do modo de gozo. Aqui, a clínica não é visada por si mesma, mas serve de instrumento para orientar-se na interpretação pelo princípio do método analítico,
As contribuições reunidas neste volume, frutos de uma elaboração sustentada em um pequeno grupo que Lacan chamou de cartel, examinam, um a um, uma a uma, a um só tempo, os fundamentos conceituais e as consequências na prática e na clínica da proposição a ser estudada. Sob a coordenação de Gustavo Stiglitz, vinte e três cartéis, cento e doze psicanalistas, sete responsáveis de edição, para além das línguas e dos países, trabalharam nos textos preparatórios para o XIV Congresso da AMP, dirigido por Gil Caroz e Ligia Gorini.
À sua maneira, esses textos demonstram que se a psicanálise resiste ao movimento da civilização aqui evocado, é em nome da prática analítica que de fato existe e cuja oferta merece durar por muito tempo. Sim, a psicanálise é uma práxis que, muito além do seu valor terapêutico, vale como causa de um desejo inédito.
Christiane Alberti
Presidente da AMP
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APOSTA NO PASSE
SUMÁRIO
PREFÁCIO
Angelina Harari
APOSTA NO PASSE
- A favor do passe ou dialética do desejo e fixidez da fantasia
- A favor do passe, Delenda
- Sobre o desencadeamento da saída de análise (conjunturas freudianas)
CLASSICISMO DO PASSE
- A pergunta de Madri
- “Logo, Eu sou isso”
- O avesso do passe
- Como alguém se torna psicanalista na orla do século XXI
PASSE E SINTHOMA
- Uma psicanálise tem estrutura de ficção
- O passe do falasser
- É passe?
- O ultrapasse
- Referências bibliográficas
15 TESTEMUNHOS DE ANALISTAS DA ESCOLA, MEMBROS DA ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE
- A via da perplexidade
Bernardino Horne
- A escritura do nome próprio: um ponto de báscula
Celso Rennó Lima
- O silêncio que se rompe
Lêda Guimarães
- A fórmula que não existe
Elisa Alvarenga
- Relato
Ana Lucia Lutterbach Holck
- Túnica íntima
Sérgio Passos Ribeiro de Campos
- Parceiros no singular
Angelina Harari
189.Coup de foudre
Ana Lydia Santiago
- “Toma!”
Rômulo Ferreira da Silva
- Como morder o mar
(ou na trilha sonora de uma análise)
Marcus André Vieira
213.Conjunto vazio
Ram Avraham Mandil
- O engodo viril
Jésus Santiago
- À sombra de uma sombra
Luiz Fernando Carrijo da Cunha
- Deixar-se escrever
Maria Josefina Sota Fuentes
- 1, 2, 3 e…
(em andamento vivace)
Sérgio Laia
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LEITURAS DO SEMINÁRIO….OU PIOR
Neste seminário, mais uma vez evidenciou-se que a leitura do texto lacaniano é um trabalho sempre inacabado que depende do esforço de cada sujeito e do seu engajamento com vistas e promover uma licença do rigor doutrinal com uma pergunta singular.
AUTORES: Glacy Gorski e Maria Josefina Sota Fuentes
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PONTO FINAL? INDAGAÇÕES EM TORNO DA QUESTÃO DO SUICÍDIO
Suicídio / Saúde Mental / Psicanálise
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UM REAL PARA SÉCULO XXI
Trata-se de deixar para tras o século XX, afim de renovar nossa pratica no mundo, ele mesmo suficiente reestruturado por dois fatores históricos eles são: O da Ciência e o do Capitalismo.
AUTOR: Jacques-Alain Miller