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O AUTISMO, ENTRE ALÍNGUA E A LETRA
“Comecemos por essa pergunta que Lacan se faz em A terceira que você destaca em seu livro: “como é possível que de alíngua se precipite uma letra? […]
De fato, a linguagem privada é um testemunho, por excelência, da construção de uma borda específica, entre o sujeito e o Outro com o qual tem que se haver. Esses fenômenos originais testemunham sobre o encontro com o banho de alíngua no qual o sujeito está imerso, em todas as suas variedades. O sujeito se extrai de alíngua comum apoiando-se na repetição da inscrição de palavras no corpo. O sujeito não está feito para comunicar-se, mas para incluir-se no mundo de forma autoerótica. E são os percursos que o sujeito fará que permitirão a ele obter essa inclusão no mundo.
Os casos clínicos que estão incluídos nesse livro, são exemplos vivos de como opera, em nossa orientação, o parceiro analítico do sujeito autista, seja criança ou adulto. Fica, para o leitor, poder ler o que, no encontro terapêutico, se escreveu em uma cessão de gozo.”Prólogo
Éric Laurent -
A MULHER: NASCER DE UM MAL-ENTENDIDO
“PARA LACAN, A INVESTIGAÇÃO DA SEXUALIDADE FEMININA ERA UMA QUESTÃO PRELIMINAR A TODO TRATAMENTO POSSÍVEL COM CRIANÇAS.”
(LAURENT, 2007, P. 14).Esta citação de Éric Laurent esclarece bem o título deste Seminário que coordeno na Escola Brasileira de Psicanálise – Seção-Rio, desde 2016, quando iniciamos com o tema Corpo, sintoma e gozo na clínica com crianças e adolescentes.
Nessa sua tese, Laurent (2007) sublinha o que Lacan (1969/2003) destaca em seu retorno a Freud: a criança ocupa um lugar de condensador de gozo para a mãe, como mulher. Do lado da mãe, é preciso investigar – o que ela faz com sua sexualidade, para além do gozo, fálico, experimentado na maternidade, via criança? O que ela faz, como mulher, com o gozo feminino? Por isso, Psicanálise com crianças e sexualidade feminina. Eu não poderia encontrar melhor título para a proposta deste Seminário.
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A FORMAÇÃO DO PSIQUIATRA
O livro que tem como eixo a psiquiatria clínica, a psicanálise e a saúde mental, é dividido em três partes. A primeira, contém textos teóricos de diversos autores; a segunda, se consagrada aos testemunhos daqueles que viveram a experiência de terem sido – atuais e antigos – residentes e preceptores do IRS; e por último, temos os quadros dos formandos, ano a ano até 2018.