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O CORPO FALANTE

X Congresso da AMP,

Rio de Janeiro 2016

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corpo afetado pelo significante que encontra diferentes formas de satisfação,

conhecidas ou desconhecidas. O gozo é o produto do encontro contingente do

corpo com o significante, encontro que mortifica o corpo, mas ao mesmo tempo

recorta na carne o vivo que anima o mundo do psiquismo. A satisfação está

sempre em jogo, causa e busca ao mesmo tempo, na experiência da análise.

Temos seguido as indicações precisas de J-A. Miller no curso ‘Sutilezas

analíticas’, para situar os acontecimentos do corpo como não sendo meros

fatos de corpo. São aqueles [que] produzem momentos memoráveis, traços

inesquecíveis, um advento de gozo, fixações que não cessam de exigir o cifrado

simbólico do inconsciente. Assim como há um corpo que fala, temos um corpo

que não fala, que goza no silêncio pulsional.”

p. 58

Tassinari, Alide.

O que acontece com o corpo na psicanálise hoje?

In:

Papers 2. Site do X Congresso da AMP: O corpo falante: sobre o

inconsciente no século XXI. Tradução: Ana Paula Sartori Lorenzi

“(…) O corpo, porque falante, tal como a vida, é um mistério. O mistério do

corpo falante contém o enigma da sexualidade humana na versão de sua não

naturalidade: armadilha na qual o neurótico é capturado, e se ressente, porque

não lhe é evidente, porque tenta fazer existir a relação sexual.”

Vieira, M. A. O corpo da fantasia e o do sinthoma (ou sujeito e

objeto, quem fala?). In: Correio Nº77. Revista da Escola Brasileira de

Psicanálise, São Paulo, 2015

“(…) O corpo falante, como outro nome para o

falasser,

é o corpo de

lalingua.

p. 179

IV /e. Escabelo

Alvarez, Patricio. Escabelo. In: Papers 1. Disponível

em:

https://www.congressoamp2016.com/uploads/

beb5f7159c8ca475521103bcc4795cb8390c8cfa.pdf

, Tradução: Paola

Salinas

“(…) Miller define o escabelo como “aquilo sobre o qual o falasser se ergue,

sobe

para se fazer belo.

(…) traduz de maneira imagética a sublimação freudiana,

mas em seu cruzamento com o narcisismo”. Redefine assim a sublimação, que

se forja com o gozo da palavra com sentido. O escabelo está do lado do gozo da

palavra que inclui o sentido e se opõe ao gozo que exclui o sentido, o

sinthoma.

O gozo opaco do

sinthoma

“surge da marca escavada pela fala quando ela toma

a aparência do dizer e faz acontecimento de corpo”. As pegadas desta citação

podem ser localizadas no

Seminário 21

, onde Lacan diz “não toda palavra é um

dizer (…) Um dizer é da ordem do acontecimento”. Por isso Miller destaca

que a fala que marca é aquela que adquire a aparência do dizer e produz

acontecimento de corpo. Mas é um dizer opaco, que não faz cadeia: o dizer da

lalíngua.

A marca que escava é o

troumatismo

, furo que o simbólico da

lalíngua

produz no real.”

“Qual relação existe entre o gozo com sentido do escabelo e o gozo-sentido do

fantasma? Essa relação está no livro

Los signos del goce

: “o escabelo é outro nome

da montagem do fantasma, daquilo sobre o qual o homem pode subir para se

fazer valer (…) remete ao objeto

a

, montagem do fantasma”. Anos depois insiste,

em

Sutilezas

: “O sujeito está empoleirado em sua fantasia e a perspectiva é a de

fazê-lo decair dela, destituindo-o, assim, como sujeito”. Localiza-os em uma

relação íntima: há que destituí-lo do fantasma, desmontá-lo do escabelo. Por isso

Lacan fala da

escabelostração

, a castração do escabelo. Se o escabelo do neurótico

implica a passagem do gozo opaco ao gozo com sentido, a análise vai na direção

de castrar esse gozo. Miller diz: “fazer uma análise é trabalhar a castração do

escabelo para trazer à luz o gozo opaco do sintoma”. Entende-se mais ao ler esta

castração como a direção rumo à queda do fantasma.”

p. 5-6

Bassols, Miquel.

Corpo da Imagem e Corpo Falante

in: Textos de

Orientação do Site do X Congresso da AMP: O corpo falante: sobre o

inconsciente no século XXI. 2015. Tradução: Maria Silvia G F Hanna.

Revisão: Oscar Raymundo e Yolanda Vilela

“(…) Teremos que nos apoiar na tensão proposta por Jacques Alain Miller na

mesma conferencia entre sinthoma e escabelo. Este último, parte da “negação

do inconsciente”, por meio da qual alguém pode se “acreditar ser seu ser” para, a

seguir tomar da cultura um escabelo, ou seja, “aquilo sobre o qual um

falasser

se

iça, no qual sobe para ficar belo”, para “empinar o nariz e dar uma de glorioso.”

Laurent, Eric. Apresentação do Seminário. E. Laurent. Falar com seu

corpo-escabelo. In: Rádio Lacan (transcrição pela equipe reunida por

Didier Mathey. 2015. Site do X Congresso da AMP. O Corpo falante:

sobre o inconsciente no século XXI. 2015. Tradução: Teresinha N.

Meirelles do Prado

“(…) Passemos, agora, ao escabelo e ao modo como, em sua conferência,

Jacques-Alain Miller fala desse escabelo. Ele fala com uma distância crítica, mas

ele o introduz como “isto sobre o que o falasser se ergue, sobe para se embelezar.

É seu pedestal, que lhe permite elevar-se à dignidade da coisa.”

p. 8

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