O CORPO FALANTE
X Congresso da AMP,
Rio de Janeiro 2016
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II /a.3 Outros Textos
LACAN, Jacques. A terceira (1974).
Opção Lacaniana
Nº62,
p. 11-
36
, São Paulo, 2011. Tradução: Teresinha N. Meirelles do Prado
“… Quando os biólogos –para nomear esses cientistas– impõem–se o
embargo de um tratamento laboratorial das bactérias sob pretexto de que se as
tornássemos muito fortes e resistentes, elas poderiam escapolir por debaixo da
porta e eliminar no mínimo toda experiência sexuada ao eliminar o falasser,
mesmo assim, isto é algo bastante mordaz.”
p. 20
“… é a própria estrutura do discurso que vocês só fundam ao reformar, e até
reformar os outros discursos, na medida em que ex–sistem ao seu. E é no
discurso de vocês que o
falasser
esgotará essa insistência que é a sua, e que nos
outros discursos permanece limitada.”
p. 26
“A angústia se situa em lugar diferente do medo em nosso corpo. É o sentimento
que surge dessa suspeita que nos vem de nos reduzir a nosso corpo. É muito
curioso que a debilidade do
falasser
tenha conseguido chegar a esse ponto– até
discernir que a angustia não é o medo do que quer que possa motivar o corpo. É
um medo do medo.”
p. 30
LACAN, Jacques.
O triunfo da religião, precedido de, Discurso aos
católicos
. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Tradução: André Teles e
Revisão técnica de Ram Mandil
“Houve um pequeno lampejo –entre dois mundos, se posso dizer, entre um
mundo passado e um mundo que vai se reorganizar como um soberbo mundo
vindouro. Não acho que a psicanálise detenha alguma chave do futuro. Mas terá
sido um momento privilegiado o qual ter-se-á tido uma medida bem correta do
que chamo em meu discurso de ‘falasser’ [
parlêtre
]. O falasser é uma forma de
exprimir o inconsciente. O fato totalmente imprevisto e inexplicável, segundo
o qual o homem é um animal falante, a saber o que é, com que se fabrica essa
atividade da fala –eis sobre o que tento lançar algumas luzes no que vou lhes
contar nesse Congresso. É muito ligado a certas coisas que Freud considerou
vinculadas à sexualidade. Com efeito, tem uma relação, mas liga-se à sexualidade
de forma bem particular.”
p. 72
LACAN, Jacques. O fenômeno Lacaniano.
Opção Lacaniana
,
Nº68
e Nº69,
p. 11-23
, São Paulo, 2014. Tradução: Teresinha N.
Meirelles do Prado
“Vou dizer-lhes da mesma forma a palavra da qual me sirvo para designar
o inconsciente –digo
falasser.
Permito–me aqui também uma pequena
equivocidade– é o ser que fala, mas é também aquele que fala essa coisa fabulosa
que, estritamente, só se sustenta pela linguagem, a saber, o ser.”
p. 19
II /b. Inconsciente
II /b.1 Os Seminários
Inconsciente,
Das ding
, Trieb, Linguagem, Hiância, Corte
LACAN, Jacques.
O seminário: a ética da psicanálise
, livro 7 (1959 –
1960). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988. Tradução: Antônio Quinet
“Pois esse
das Ding
está justamente no centro, no sentido de estar excluído.
… ele deve ser estabelecido como exterior, esse
das Ding
, esse outro pré-
histórico impossível de esquecer, do qual Freud afirma a necessidade da posição
primeira sob a forma de alguma coisa que é
entfremedet,
alheia a mim, embora
esteja no âmago desse eu, alguma coisa que no nível do inconsciente, só uma
representação representa.”
p. 92
“É precisamente o que revela a natureza própria ao
Trieb
uma vez que ele não é
puramente o instinto. Mas que tem relação com
das Ding
como tal, com a coisa,
dado que ela é distinta do objeto.”
p. 140
“Quanto a descrença
(Unglauben),
há aí, na nossa perspectiva, uma posição do
discurso que se concebe muito precisamente em relação à coisa –a coisa aí é
rejeitada no sentido próprio de
Werwerfung.
”
p. 164
LACAN, Jacques.
O seminário: os quatro conceitos fundamentais
da psicanálise
, livro 11 (1964). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.
Tradução: M. D. Magno
“A maioria desta assembleia tem noção de que já adiantei isto –
o inconsciente é
estruturado como uma linguagem
– o que se relaciona com um campo que hoje
nós é muito mais acessível do que no tempo de Freud.”
p. 25
“O importante não é que o inconsciente determina a neurose… o inconsciente
nos mostra a hiância por onde a neurose se conforma a um real –real que bem
pode, ele sim não ser determinado. Nessa hiância, alguma coisa acontece.”
p. 27
Jacques Lacan




