EDITORIAL
Cassandra Dias Farias (EBP/AMP)
Fátima Pinheiro (EBP/AMP)
A temática deste número da Correio Express parte de duas perguntas. A primeira pode ser formulada da seguinte maneira: por que a singularidade de uma análise sempre vem em meio a formas culturais predefinidas? A segunda pergunta, formulada por Miller e apresentada adiante, já traz em si uma resposta que nos serve de orientação.
“Por que o que fazemos, nós psicanalistas, não toma a forma de um saber no real?”, pergunta Miller. Sua resposta é contundente: “porque toma a forma da cultura, já que somos muito dependentes da atualidade da cultura, mesmo que ela seja “difícil de engolir””. Essa “dificuldade de engolir” se apresenta a nós porque, orientados por Lacan com Joyce, sabemos ser a singularidade da letra o que permite descompletar o universal da cultura. Há, portanto, uma exigência cada vez maior de localizar qual é o trabalho do psicanalista e qual é a sua diferença, diante da multiplicidade



