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Índice nº018

Editorial

Por Sérgio de Castro
Diretor Geral da EBP

Esse número do Correio Express apresenta, não sem que escutemos nele ecos da situação que nos foi imposta pela pandemia, relatos sobre atividades na Escola e suas Seções. Com a apresentação que Cristina Duba nos faz do livro A pequena prisão, de Igor Mendes, na rubrica Bibliô, percebemos que a escrita testemunhal do autor, quando num presídio, nos convida, especialmente em tempos de isolamento social, a percebermos que nossa situação, “trancafiados no espaço de fora”, pode nos jogar “num tempo infernalmente infinito”, ao qual não devemos ceder. O trabalho na Escola é aqui um refúgio contra tão atual mal-estar.

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BIBLIÔ

A pequena prisão de um livro

Por Cristina Duba
Membro EBP/AMP

Podemos partir da hipótese de que um livro implica uma escolha, forçada por certo. Não é possível escrever outro livro que não seja o que se escreve. E quantos livros cabem num livro, se comprimem fora dessa escolha, dentro dessa escolha? Uma pequena prisão. Quantos livros se apertam no livro de Igor Mendes, A pequena prisão? A intensa experiência do que foi estar numa prisão pode ser espremida, descascada, amassada, rasgada em muitos pedaços.

Igor Mendes escolheu o depoimento, um relato vivo desses dias de sua vida de jovem militante, determinado a sustentar sua posição ideológica e existencial, que encontrou forma no seu brado “eu sou um preso político”. Da mesma forma, Igor nos mostra como as palavras de ordem, rabiscadas com pasta de dente…

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Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)
Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)

DOBRADIÇA DE CARTÉIS

Ecos da Atividade de Cartel a EBP-MG com Raquel Cors Ulloa

Por Miguel Antunes
Participante da equipe de Carteis e Intercambio EBP-MG

A XXIII Jornada de Cartéis da EBP-MG aconteceria em junho deste ano, mas frente ao atual cenário de pandemia foi preciso repensar um modo de fazê-la acontecer. Graças ao empenho da diretora de cartéis, Maria Wilma Faria, e da diretora da EBP-MG, Helenice de Castro, tivemos um “acontecimento sobre cartel”, via Zoom, apresentado pela convidada Raquel Cors Ulloa (AE em exercício, membro da NEL e da AMP). Ou seja, duas bases da Escola de Lacan estavam postas: o cartel e o passe.
Dizer que foi um “acontecimento sobre cartel” não me parece nenhum exagero.  A transmissão de nossa convidada, assim como a conversação que se sucedeu, teve como traço da transmissão uma forma rigorosa e viva. Tanto que uma das frases mais potentes dita por Raquel…

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Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)
Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)

MOMENTOS DE INTER-CÂMBIO

Intercâmbio e produção epistêmica a partir do cinema

Por Cínthia Busato
Membro EBP/AMP

Temos, na Seção Santa Catarina, uma atividade chamada A psicanálise vai ao cinema realizada em parceria com o Centro Cultural Badesc há mais de dez anos. É uma atividade aberta onde, depois da exibição de um filme, acontece uma conversa com um público composto predominantemente por não-psicanalistas, bem heterogêneo. São dois convidados: um psicanalista da EBP e  outro ligado a um campo de saber que possa trazer elementos interessantes para o debate. Os filmes são sempre escolhidos em torno dos eventos da Escola. Por exemplo, durante todo o ano passado trabalhamos com o sonho e este ano estamos orientados pelo conceito de infamiliar. O último encontro, que aconteceu no dia 29 de junho, foi o primeiro on-line. Isso possibilitou a participação de pessoas do interior do Estado de Santa Catarina…

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Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)
Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)

PORVIR

Wangechi Mutu - Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)

Wangechi Mutu – Histology of the Different Classes of Uterine Tummors (2004)

Comitê de Ação da Escola Una – AMP
Sonhar em tempos obscuros

Por Lucíola Freitas de Macêdo
Membro EBP/AMP

Relançamos esta noite o trabalho de investigação em torno do tema do XII Congresso da AMP “O sonho. Sua interpretação, seu uso no tratamento lacaniano”, a partir da descontinuidade incontornável que nos levou a adiar nosso desejado encontro, marcado para abril passado, em Buenos Aires. O que dizer do sonho a partir do “real a céu aberto”, a que o momento nos exorta? Como a experiência própria a este momento, com seus efeitos de desrealização, deslocalização e distopia, tem incidido no trabalho do sonho sob transferência, nestes tempos de sessões online? Como isso tem aparecido na fala analisante?

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Sonhar para viver

Por Heloisa Caldas
AME – EBP/AMP

Agradeço o convite de Lucíola Macêdo, em nome do Comitê de Ação do Congresso da AMP, e da diretoria da EBP que acolhe a iniciativa de realizar essa mesa sobre o “sonhar em tempos obscuros”, na qual tenho a alegria de compartilhar o assunto com Luiz Fernando Carrijo. Trabalhar esse tema manteve bem desperto para mim o desejo pelo congresso e pelo tema do sonho.
Tiramos então partido do obstáculo temporário à realização presencial do evento para interrogar o sonhar diante do obstáculo em si, na forma da obscuridade do tempo atual. Minha primeira pergunta foi: qual a importância do que obsta, do que faz barreira à pulsão, para que ela passe mais liberta durante o sono, através do sonho?

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Sonhar em tempos obscuros.
…Uma contingência ou, um antes sem depois…

Por Luiz Fernando Carrijo
AME – EBP/AMP

Quando recebi o convite para tomar a palavra nesta atividade, feito por Lucíola Macedo, a quem agradeço a oportunidade, brevemente em nossa conversa ao telefone, me servi de um pensamento rápido através de uma questão que Lucíola tomou como uma das perspectivas a ser desenvolvida aqui.  A pergunta era: – Como este “real a céu aberto”, a que o momento exorta, “presentifica-se nos sonhos”?

Naquele momento não encontrara a palavra que mais refletiria minhas elaborações e “real a céu aberto”, embora o tenha utilizado, não me parecia o mais adequado. Em outras palavras, o real, não necessariamente, se conforma em ser recoberto pelo termo “tempos obscuros”, ainda que a abertura para a pulsão de morte esteja em cena.

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ALINHAVOS

Por Ernesto Anzalone
Pela equipe da Correio Express

Acompanham-nos, nesta Correio Express, as obras da artista queniana Wangechi Mutu. Incluídas no movimento Afrofuturista, seu trabalho se serve de uma multiplicidade de materiais – colagens, pinturas, esculturas, vídeos e instalações – e partem de uma multiplicidade de fontes, tais como tradições africanas, política internacional, indústria da moda e consumo global. Escolhemos, neste caso, obras que retratam figuras femininas compostas por partes humanas, animais, vegetais e máquinas.

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