O sentido e os seus dejetos
Por Romildo do Rêgo Barros
Talvez a expressão mais usual para definir a função do analista, entre os que seguem o ensino de Lacan, seja a de objeto, ou de “semblante de objeto”. O analista faz semblante de objeto. Cada um de nós costuma dizer que o analista não opera como sujeito.
Ou seja, o analista é aquele cuja presença – sua presença, não seu lugar na sociedade – torna possível que surja em cena, ou na cultura, o objeto-dejeto, de certa forma transformado pela vestimenta do semblante. Penso que essa função de semblante atinge, aliás, não somente o objeto, mas também outras funções que se manifestam em uma análise, como de Outro, ou mesmo de sujeito.