BIBLIÔ
A que Outro estão endereçados os sintomas contemporâneos?
Por Louise Lhullier
Esta foi uma das questões que ficaram ressoando a partir da fala de Márcia Zucchi na Noite de Biblioteca realizada no último dia 4 de outubro na EBP-SC[1].
Em seu livro Outro corpo; inconsciente, sintoma e a clínica do corpo, Márcia situa os problemas da prática da psicanálise nestes tempos marcados pela “queda dos ideais paternos coletivizadores”, dos “ideais de identificação coletivos e das grandes narrativas em torno das quais se podiam organizar as subjetividades”, com seus efeitos de “fluidez dos laços simbólicos”. Observa-se “uma espécie de descrença no simbólico” e, nessas circunstâncias, o Outro já não se apresenta como consistente, mas, sim, como “plural, localizado e fluido” (ZUCCHI, 2015, p.28), enquanto a ênfase recai sobre “o gozo do corpo em sua face solitária ou autista” (ZUCCHI, 2015, p.255)