O ensino da psicanálise[1]
Romildo do Rêgo Barros (AME, EBP/AMP)
Qual a singularidade, a função, a origem e o valor do ensino em psicanálise?
Essa discussão tem uma intenção antes de tudo política. A partir do encontro com a frase “o que a psicanálise nos ensina, como ensiná-lo?”[2], a primeira coisa que chama a atenção é que em “o que a psicanálise nos ensina” o sujeito da oração é a psicanálise. E, depois de uma vírgula, vem a pergunta: “como ensiná-lo?”. O sujeito já não é a psicanálise, é aquele que foi ensinado por ela. Essa ruptura parece querer dizer algo importante: há uma mudança de sujeito na frase. A vírgula, tão importante, marca uma ruptura, uma separação.
A primeira pergunta é evidente: em que o ensino da psicanálise é diferente dos outros ensinos? Em seguida, vem a parte mais difícil: e por quê? A singularidade do ensino da psicanálise tem a ver com a singularidade do objetivo estratégico da psicanálise, que faz com que o sujeito tenda à singularidade. Então, se esse ensino tem uma marca de singularidade, devemos definir se isso tem uma relação – provavelmente tem – com uma singularidade que se espera como efeito final de uma análise. Ou, como dizia Lacan no último parágrafo do Seminário 11, “com a diferença absoluta”[3].
Ensino e transmissão
Comecemos, então, por uma distinção que justifica este seminário na medida em que, se explicarmos bem essa distinção, o seminário terá cumprido seu dever. Tentaremos fazer uma distinção entre ensino e transmissão. Essa distinção, pelo menos aqui, não visa separar aspectos de uma divulgação da psicanálise, mas apresenta dois níveis que, em princípio, se excluem. O ensino exclui a transmissão, a transmissão exclui o ensino, digamos para começar. A primeira proposta, então, seria esta: ensino e transmissão não só são diferentes, mas se excluem. E pode ser que a distinção ou a inter-exclusão nem seja um apanágio da psicanálise.
Tentando chegar a uma frase concisa, podemos dizer que o ensino da psicanálise visa passar adiante a doutrina de Freud, acrescido das viradas e prolongamentos – como ele próprio chamava – de Lacan. A transmissão, em ruptura com o ensino, está diretamente ligada à experiência analítica. Podemos dizer que qualquer pessoa estudiosa pode dar um ensino de psicanálise, mas a transmissão da psicanálise exige alguma referência, alguma passagem pela experiência analítica. Ou seja, avançando um pouco, alguma passagem por algo que tenha no seu horizonte a transformação de um sujeito.
Lembremos da peste à qual se referiu Freud, em 1909, chegando nos EUA, em conversa com Jung – “eles não sabem que lhes trazemos a peste”. Então, a ideia de que a introdução da psicanálise seja uma peste está muito mais próxima da transmissão que do ensino. Mesmo que Freud tenha viajado para ensinar psicanálise nos EUA parece que ele estava falando de outra coisa. Que transformação, que efeitos a psicanálise seria capaz de levar àquele país com o qual Freud parecia não simpatizar tanto?
Uma outra referência vem do Seminário 19: “esse saber [das fórmulas da sexuação que ele vai desenvolver no Seminário 20] talvez se ensine”. E aí uma vírgula – novamente – e o final: “mas o que se transmite é a fórmula”: “Esse saber talvez se ensine, mas o que se transmite é a fórmula”[4]. Existe uma negação no caso aí evidente entre ensino e transmissão. É uma negação que é o motor da psicanálise. É o que faz com que a psicanálise ou uma análise tenha um movimento. Para que aconteça alguma coisa, é preciso que se mantenha essa contradição. É preciso que a contradição entre ensino e transmissão se mantenha para que a psicanálise possa se manifestar como ato. Ou seja, como alguma coisa que, tendo acontecido, nada mais será como antes. E, nessa frase, o que mais chama atenção é o sentido que ele dá à fórmula. O que ele diz do ensino, apesar do “talvez”, conseguimos entender melhor. Mas, em “o que se transmite é a fórmula”, o sentido do que é uma fórmula é a base da diferença entre ensino e transmissão.
E já que falei da psicanálise em movimento entre ensino e transmissão, existe o que estamos acostumados a chamar, em nosso cotidiano, de precipitação do objeto. Vamos tentar alargar um pouco essa frase preciosa de Lacan. Ele pega dois conceitos importantíssimos da psicanálise e os mostra em contradição. Onde há ensino, não há necessariamente transmissão. Onde há transmissão, já não há ensino. Um exemplo possível e muito simples: em uma aula de psicanálise na universidade, de repente, um aluno fica angustiado. Algo que já deve ter acontecido um milhão de vezes. Ele fica angustiado ou se desconcentra e não consegue mais prestar atenção ou vem uma lembrança de algo que tinha esquecido. Alguma coisa que nos faça pensar em uma mudança de nível. Esse aluno já não está na dimensão do ensino. Mesmo com o melhor professor o aluno, de repente, se distrai ou tem dor de cabeça, tudo é possível. Então, proponho que justamente essa irrupção sintomática, esse acontecimento de corpo marca exatamente o ponto em que a transmissão se separa do ensino. É um ponto preciso em que o ensino ficou para trás e algo da transmissão se manifestou.
Parece-me que sempre que se falar do ensino ou da transmissão, por mais perfeita que seja a pesquisa, por melhor que seja, em algum momento, vai haver uma vacilação. Fui buscar um exemplo em um texto muito conhecido de Freud, de 1919, sobre o ensino da psicanálise na universidade. Esse artigo tem um objetivo bem preciso, é um texto militante em defesa da psicanálise. Freud fez várias defesas da psicanálise em situações diferentes. Na leitura que fiz desse texto de 1919, não se trata simplesmente de vender a ideia de que a psicanálise – que era uma nova ciência recém-chegada ao mundo – deveria ser incluída no ensino universitário. Vai bem além disso. São quatro páginas que podem ser lidas várias vezes e sempre será proveitoso. Por exemplo, um novo instrumento musical é inventado e nos perguntamos: quando ele será admitido em uma orquestra sinfônica? Alguma coisa provou ser boa e assim entra em um panteão das coisas consagradas – que, na época, seria a universidade; hoje, talvez o seja menos. Mas, em relação à psicanálise, não foi exatamente isso. Para Freud, ao invés de saber se a psicanálise, como nova ciência, merecia ser autorizada a entrar no conjunto superior das ciências, trata-se, ao contrário, de saber como a psicanálise pode e deve se ocupar daquilo que só ela sabe.
Essa foi a questão de Freud. Só a psicanálise sabe disso; ela foi inclusive, durante algum tempo, conhecida como psicologia profunda. Não se trata de dizer “a psicanálise já é ciência, está na hora de entrar no currículo universitário”. O que Freud diz é que existem algumas coisas que, se a universidade quiser abordar, só com a psicanálise. Esse artigo de Freud vai do começo ao fim com uma cisão: uma coisa é você ter um saber cumulativo sobre a psicanálise – e, para isso, basta ser estudioso – outra é você abordar ou se ocupar de uma coisa que só a psicanálise sabe. Aí também identificamos alguma coisa próxima da diferença apontada entre ensino e transmissão.
Havia lido esse artigo diversas vezes sem achar o que procurava – porque eu não procurava talvez… Na última leitura, já procurando, achei. Escreve Freud sobre a formação dos psiquiatras: “essa formação tem sido muito justamente criticada nas últimas décadas pela maneira parcial pela qual dirige o estudante para os campos da anatomia da física e da química enquanto falha por outro lado no esclarecimento do significado dos fatores mentais nas diferentes funções vitais bem como nas doenças e no seu tratamento”[5].
Nessa citação, é possível ver em que ponto incide a crítica de Freud. Quando diz “tem sido muito justamente criticada”, é sinal que outras pessoas além dele haviam feito a mesma crítica. Freud está concordando com elas. Para ele, o problema da psiquiatria da época era que o conhecimento oferecido pela anatomia bioquímica e biofísica eram insuficientes para o “esclarecimento dos fatores mentais”. Essa é uma questão importante que o texto freudiano levanta em meio a outras críticas. A psicanálise traria para a formação médica aquilo que lhe faltava – na linguagem da época – a psicologia. Mas em uma abordagem que só a psicologia profunda – ou seja, a psicanálise – poderia ter.
A crítica de Freud não visa a legalização institucional da psicanálise – aqui, no Brasil, se fala da regulamentação. Não se trata disso, ou seja, de a universidade dar legitimidade a esses pobres coitados que estão batendo à sua porta com o pretexto de apresentar-lhe uma nova ciência. Não é isso que Freud está dizendo e sim que “o que falta a vocês, só a gente pode dar”. Freud dizia “a psicanálise na verdade mais do que qualquer outro sistema é adequada para ensino da psicologia ao estudante de medicina”[6]. Uma frase bem direta e bem de acordo com a política da época. Ou seja, ele diz “se me aceitarem, vou trazer uma coisa que vocês nunca tiveram”. Então, Freud fala a partir da contradição que ele representa, não como mais um pesquisador que vem trazer mais uma fatia de saber para a universidade. Isso evitaria que a formação do psiquiatra se limitasse ao biológico, que é a crítica de Freud.
Junto à melhoria do ensino médico, Freud acrescentou outro argumento, a saber, que havia uma deficiência na formação dos psiquiatras. E não seria justamente isso a mesma coisa, a fraqueza do ensino médico e a fraqueza na formação dos psiquiatras? Segundo Freud, é a psicanálise que é excluída da universidade e, se fosse aceita, ela traria aos psiquiatras a possibilidade de uma “compreensão” dos fatos clínicos que iria além da formação descritiva, que é o alvo de sua crítica. Então, o que falta na formação descritiva? A compreensão. E quem pode oferecer a compreensão? A psicanálise. Qual é a psicologia que pode trazer a compreensão aos estudos médicos notadamente psiquiátricos? A psicanálise. É um raciocínio bem completo.
É nesse sentido que me parece que esse artigo de Freud é útil. É um texto que visa a aceitação da psicanálise na universidade. Porém, deixa claro que não se trata de complementar os estudos médicos, como se a psicanálise fosse mais uma psicologia simplesmente, mas de introduzir o que não existe, que é a compreensão do fato clínico. Então, nessa duplicidade freudiana entre a apresentação geral dos conceitos de psicanálise para os estudantes de medicina e uma certa iniciação prática dos alunos em psiquiatria, existe uma duplicação da própria psicanálise como tal. Aqui, seria possível localizar a remota origem de uma distinção que só será feita mais tarde entre ensino e transmissão.
Em um comentário no final do texto, na quarta página, Freud trata mais diretamente dessa duplicidade. Ele diz: “devemos considerar por último a objeção que seguindo essa orientação o estudante de medicina jamais aprenderia a psicanálise propriamente dita”[7]. Isso, de fato, é procedente, diz Freud, se temos em mente – ele está supondo que ninguém na universidade teria isso em mente, nem o estudante e nem o professor – a verdadeira prática da psicanálise. Vejam que, aqui, também tem uma rachadura. Observem que essa crítica não é dele, ele apenas concorda, pois diz que essa crítica é procedente. Mas é interessante como Freud distribuía politicamente o que escrevia. Depois de dizer “é verdade se estamos pensando na verdadeira prática da psicanálise”[8], que não interessava à universidade – naquela época, porque, hoje, seria diferente –, ele continua: “mas para os objetivos que temos em vista será suficiente que ele [o estudante] aprenda algo sobre a psicanálise e que aprenda algo a partir da psicanálise”[9]. Então, a verdadeira prática da psicanálise – hoje, poderíamos dizer a que tem no seu horizonte o real – nunca vai entrar como efeito do ensino. Nunca vai aparecer como um efeito direto ou verdadeiro do ensino. Como uma conclusão. Assim, podemos dizer de um modo um pouco simplista que o ensino da psicanálise encontra a sua maior justificativa quando dele se pode depreender um efeito de transmissão.
São instâncias contraditórias que se entrechocam. Em cada momento do ensino pode haver uma linha de fuga na direção da transmissão. E só a psicanálise – eu não sei se era isso que Freud tinha na cabeça –, mas só a psicanálise pode reconhecer, nessa vacilação, que um ensino pode provocar sinais de uma transmissão.
O que era exclusivo da psicanálise, para Freud, era a compreensão, que é o que ultrapassa a descrição. E como é que se sabe que se chegou à compreensão? É que alguma coisa vacila. Não é um avanço na direção do tudo saber, mas exatamente o contrário. É uma ruptura no saber do ensino. É uma separação essencial, porque é nessa separação que se apresenta a contradição entre ensino e transmissão, sem a qual não há psicanálise, nem como ensino e nem como transmissão. A verdadeira prática da psicanálise, segundo a expressão de Freud, nessa frase, é a experiência analítica que vai necessariamente escapar à abordagem universitária seja qual for a forma de inclusão que a psicanálise possa encontrar na academia. Existem boas e más inclusões. Mas, mesmo que sejam excelentes, a verdadeira prática da psicanálise vai se situar, na melhor das hipóteses, como êxtima. Ou seja, alguma coisa que está fora, mas que influencia o “totalmente dentro”, se isso existir.
A psicanálise bem ou mal ensinada terá sempre uma dimensão que escapará ao ensino. É isso o que nós chamamos de transmissão. Transmissão é algo que escapa ao ensino. Se não escapa, não é transmissão. Podemos pensar na transmissão como aquilo que acontece quando há uma vacilação no ensino, quando o ensino não dá conta. Imagino alguns casos, por exemplo, um aluno que se angustia na aula ou não consegue falar ou tem uma dor de cabeça absurda ou qualquer acontecimento de corpo. Mesmo que isso o afaste do ensino – ele não consegue ser ensinado nesses momentos – ainda não o aproxima da transmissão. É uma zona fronteiriça como a de Júlio César à beira do Rubicão antes da travessia; é esse o momento da angústia.
O efeito da angústia é o ato como efeito da dessubjetivação de Júlio César, que volta a ser Júlio César do outro lado do Rubicão, mas não do mesmo modo. Júlio César, nesse caso, teve uma experiência muito próxima de quem sofre uma vacilação diante de um ensino. Fácil ou difícil, pouco importa. Que ele entenda ou não, pouco importa. O que importa é que houve um efeito de objeto no sentido de ele não ter o que dizer dessa experiência. É uma passagem tão simples que é capaz de ser falsa. É simplicíssima. O professor está ensinando topologia, o aluno não só não entendeu nada, como se lembrou do péssimo aluno de matemática que ele foi na adolescência. Vejam só. É alguma coisa que retirou esse aluno da cumplicidade com o professor. De repente, o professor falou de um certo nó e o aluno não entendeu nada; isso separou professor e aluno. O desafio, para esse aluno que está separado do professor e que rompeu o contato com o ensino, é o de fazer disso uma chance de transmissão. É sobre isso que Freud diz: disso, só a psicanálise é capaz. Qual o sentido de Freud dar essa exclusividade à psicanálise?
Ela se deve ao fato de que essa travessia, sem psicanálise, não se dá. O sofrimento de um ensino que ultrapassa o aluno – cada um de nós pode já ter tido essa experiência. De repente, você está diante de um ensinamento que o ultrapassa. Uma experiência comum. Tentar tomar essa experiência como um traço de sujeito é um primeiro passo de um processo que só a psicanálise pode assumir. Ensino, vacilação no ensino, angústia, talvez ruptura com o ensino e a possibilidade de fazer disso uma transmissão. Mesmo que a pessoa não saiba uma palavra de psicanálise, que ela não tenha aproveitado nada no ensino, a transmissão pode vir no vácuo. Transmissão é outra coisa, porque ela confronta o sujeito com o que ele não sabe nem pode dizer.
É nesse sentido que entendemos como um traço de objeto uma experiência de objeto. Podemos pegar qualquer caso de neurose, em Freud, o “homem dos ratos”, por exemplo, que chega no enterro de um amigo e diz à viúva “minhas felicitações” ao invés de “meus pêsames”. Vejam que tem uma passagem de uma coisa à outra, mas que não necessariamente virou transmissão. A passagem do ensino para a transmissão exige o que Lacan vai chamar de um ato. Ele diz no começo do Seminário 15 que é esquisito juntar ato e psicanalítico, há uma certa estranheza na junção dessas duas palavras[10].
Talvez a gente seja levado a pensar se é calculável essa vacilação do ensino ou se ela será sempre casual. Que ela tem efeitos de real, sim. Mas será que esse efeito de real se dá como surpresa? Um professor em cujas aulas eu tinha certeza de entender tudo, de repente, não entendo nada. Algo que introduz uma dimensão que não havia. É sempre contingente. Pode depender um pouco da competência do professor, mas há uma ruptura temporal – que é o que me apaixona nesse episódio da vida de Júlio César – que faz com que o depois não tenha sido preparado por nada. Foi apenas uma solução em ato para o afeto da angústia. Não é isso que Freud chamava “o inconsciente”? E por que não entender essa contingência que leva ao ato como, por exemplo, a surpresa diante de um ato falho, um sonho, um lapso? Na época de Freud, isso era muito mais claro!
Lacan ensinava?
Eu tive acesso um desses dias ao livro de Graciela Brodsky, Los psicoanalistas y el deseo de enseñar[11], que ainda não está traduzido em português. Esse seminário foi dado por Graciela, em 2021, e contou com a intervenção de alguns outros colegas. A leitura desse livro é de uma grande utilidade mesmo que ela não se ocupe exatamente dessa distinção que estamos tentando fazer aqui entre ensino e transmissão. É um livro que gira em torno de questões como, por exemplo, a pergunta: “Lacan ensinou?”.
É uma discussão interessantíssima, porque Lacan mudou algumas vezes a ideia que tinha do ensino. Ele já chegou a dizer que a psicanálise não podia ser ensinada, por exemplo. Ao mesmo tempo em que já elogiou o ensino da psicanálise. Esse capítulo “Lacan ensinou?” parece resumir a intenção do seminário de Graciela. Na leitura rápida que fiz até agora, me chamou a atenção um trecho da página 10, onde Miller explica em que consistia a verdadeira dificuldade de se ler Lacan. Ele diz que a dificuldade não vem do fato de que Lacan não se exprime como todo mundo, mas resulta do seu uso singular da língua comum[12]. O uso que Lacan dava à língua de todo mundo é que marcava a dificuldade de leitura. Essa dificuldade é marcada pela mesma fronteira que há entre ensino e transmissão. Ou seja, é uma marca de real. Algo na fala de Lacan excedia à língua comum. Ele usava palavras comuns, gostava de gírias, o que dificulta a tradução de quem não conhece o francês cotidiano da cidade. Gírias, expressões religiosas… É preciso ler com uma ambição de tradução. Deixaria como hipótese, tomando aqui a ajuda do livro de Graciela Brodsky, que o que excede a língua comum é precisamente o objeto da transmissão – que não é objeto do ensino.
