A psicanálise como o avesso da Justiça criminal [1]

No Fórum, realizado no dia 3 de agosto de 2019, em minha fala, dirigida ao auditório formado, sobretudo, por psicanalistas, expus dois argumentos que já apresentara em meu livro “Justiça, pensando alto sobre violência, crime e castigo” (Nova Fronteira, 2011): a prisão é também sintática e a categoria “proporcionalidade”, valor cultuado pelo Direito, é enganosa,…

Três modelos de juiz e um futuro que olha para trás [1]

Não são poucos os autores que ressaltam a importância do Iluminismo para a estruturação do direito penal moderno. Com bases fincadas no contratualismo e na separação de poderes, instrumentos essenciais para o que seria a fissura do absolutismo e a assunção da burguesia emergente, consolidou-se uma trajetória de ruptura com o direito pré-moderno, arbitrário, pessoal,…

“Tiranias contemporâneas: de onde vêm?” – Notas de leitura [1]

Impulsionada, provavelmente, mais pelo meu forte veio militante, aceitei participar desse fórum, sem dúvida, um desafio. Agradeço muito o convite, uma oportunidade para compartilhar angústias e trazer para o debate mais dúvidas do que certezas sobre os tempos tirânicos que estamos vivendo. Penso que no momento duas são as perguntas que mais nos atormentam: “como…

De onde isso vem?

Gostaria de retomar, nessa publicação, um dos pontos que tive a oportunidade de apresentar no debate que se seguiu a segunda mesa do Fórum “La Movida Zadig Brasil, Lei e violência”. Tal mesa, intitulada Tiranias Contemporâneas: de onde vêm?, composta Tatiana Roque, por Dulce Pandolfi, por mim e por Iordan Gurgel, se encerrou com um…

Extimidades [1]

I Nas mesas anteriores desse evento, tive a sensação, e creio que vocês também, de termos chegado perto, bem perto, de alguns dos pontos cruciais desse momento tão duro de nosso país. Descobrimos, não sem alguma estranheza e certo assombro, como a lei nos escapa, tanto quanto a memória e a verdade. Estamos vivendo as…