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COMO TERMINAM AS ANÁLISES
Este volume reúne 37 escritos de Jacques-Alain Miller, nunca antes publicados em livro. Todos dizem respeito à invenção de Lacan mais polêmica entre seus alunos: a prática do passe, solidária a uma definição original do psicanalista. Como terminam as análises propõe-se a elucidar a questão, seus fundamentos, desdobramentos e paradoxos.
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A TERCEIRA / TEORIA DE LALÍNGUA
Apresentação
Roma, 1º de novembro de 1974. Jacques Lacan se dirigia aos membros da Escola Freudiana de Paris. Ele não anunciou o tema, apenas deu à sua intervenção um título enigmático, mas que iniciados entenderiam: A terceira.
Era, de fato, a terceira vez que tomava a palavra naquela cidade. Em sua fala, aqui reproduzida na íntegra – com texto estabelecido e comentado por Jacques-Alain Miller – ele renova seu próprio ensino. É hora de lalíngua, do gozo, do nó borromeano; de trabalhar uma redefinição dos três termos que estão na base de seu ensino: o simbólico, o real e o imaginário.
No dia seguinte, Jacques-Alain Miller – herdeiro moral de Lacan – apresenta-se na tribuna do mesmo congresso. Ele acabara de descobrir que a Escola Freudiana de Paris já não seguia verdadeiramente a orientação lacaniana. Com nova tradução para o português, Teoria de lalíngua é o registro de seu pronunciamento aos colegas psicanalistas. -
LACAN REDIVIVUS
Apresentação
Sob a tessitura cuidadosa de Jaques-Alain Miller e Christiane Alberti, reúnem-se nesta obra documentos preciosos que têm por intuito recompor um retrato íntimo de Lacan. São testemunhos e registros inéditos que refletem uma figura bem mais complexa, autêntica e distante daquela que tentaram lhe imputar. Através da narrativa do que ele foi para seus entes mais próximos – o Lacan pai, o filho, o avô, o sogro, o amigo, o amante –, para seus analisantes e para alguns que tiveram o prazer de tê-lo por perto, chegamos não a uma hagiografia que o metamorfoseia num santo de vitral e sim, antes, a uma coletânea que o desdiabo liza.
Entre fac-símiles de manuscritos, apresentações clínicas, correspondências e depoimentos contundentes e tocantes que abrem uma brecha para sua vida cotidiana e familiar, este livro nos faz descobrir um Lacan conhecido de poucos e que é aqui trazido de volta à vida, redivivus. -
NOS CONFINS DO SEMINÁRIO
Apresentação
Em “Sobre o Homem dos Lobos”, encontram-se as quatro lições que o autor dedicou, em 1952-3, ao célebre caso do aristocrata russo Serguei Pankejeff, a partir das observações de Freud sobre sua análise e do artigo de Ruth Mack Brunswick, que assegurou a continuidade do tratamento.
Organizados em “Dissolução”, e reproduzidos aqui em sua integralidade, estão os registros das últimas ocasiões em que Lacan tomou a palavra: a carta endereçada aos membros da Escola Freudiana de Paris em janeiro de 1980, na qual anuncia a intenção de dissolvê-la; e as outras cinco falas que proferiu em seguida, no Instituto Oceonográfico de Paris.
Encerrando o presente volume, os leitores terão acesso à última comunicação de Lacan, que incide sobre seu “debate com Freud”. Denominada “Conferência de Caracas”, foi pronunciada em julho de 1980, na abertura do Encontro Internacional do Campo Freudiano. Esta edição traz ainda três cartas de Lacan nos primórdios da Escola da Causa Freudiana. -
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CARTEL, NOVAS LEITURAS
“Tenho o prazer e a honra de apresentar a vocês, leitores, a nova coletânea da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP) sobre o cartel, que traz novas leituras aos interessados pela formação do psicanalista de orientação lacaniana […] Suas páginas reúnem valiosas contribuições sobre o tema, elaboradas por autores da EBP e de outras Escolas da Associação Mundial de Psicanálise (AMP), que se debruçaram sobre ele. São relatos de experiências sobre o “órgão de base”, aplicações variadas da “elaboração sustentada em pequeno grupo”, mostrando que essas formações coletivas são de um tipo muito particular.” (Do prefácio, Angelina Harari)
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INTRODUÇÃO AO NARCISISMO – O AMOR DE SI
Em O amor de si, Carlos Augusto Nicéas parte das descrições freudianas de um fenômeno denominado “narcisismo” e apresenta a importância da discussão entre Freud e seus contemporâneos na elaboração desse fenômeno. Segundo Nicéas, Freud reconhece o narcisismo como uma etapa fundamental do processo de constituição do eu. Em seguida, resgata a importância da dimensão do imaginário na psicanálise e observa, ainda, que o narcisismo propõe questões importantes para a relação entre analista e paciente. Em um tempo no qual a própria imagem no espelho parece ter ser tornado a referência suprema, é interessante nos debruçarmos sobre o narcisismo em Freud. Este livro nos abre a possibilidade de observar a sociedade na qual estamos imersos e ver como esse fenômeno, ao se tornar provavelmente a estrutura psíquica dominante na atualidade, resulta em laços sociais limitados. Mesmo estando bem acordados e livres de qualquer doença orgânica, nossas relações tendem a seguir o “modelo narcisista” – ser amado primeiro para amar depois – e a ficar restritas a ele, atendendo às demandas da “coerência narcisista” que se potencializam a cada compartilhamento de fotos nas redes sociais. Depois de décadas (desde sua publicação, em 1950) relegado pela maior parte dos psicanalistas ao papel de “achado arqueológico” na história da psicanálise, o texto de Freud intitulado Projeto para uma psicologia científica é retomado nos anos 1990 como um escrito-chave quando se trata de aproximar a biologia à psicologia.
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A INVENÇÃO DO FUTURO: UM DEBATE SOBRE A PÓS-MODERNIDADE E A HIPERMODERNIDADE
Como lidar com o novo laço social da globalização? Se antes nos ensinavam a nos preparar para o futuro, hoje, frente a tantas possibilidades e igual peso, o futuro tem que ser inventado. O futuro passou a ser uma invenção do presente. “A Invenção do Futuro: um debate sobre a pós-modernidade e a hipermodernidade” é resultado de dois encontros entre psicanalistas, juristas, filósofos e jornalistas promovidos pelo psicanalista Jorge Forbes, pelos juristas Miguel Reale Júnior e Tercio Sampaio Ferraz Junior e pelo filósofo Gilles Lipovetsky, que se reuniram para discutir como lidar com o novo laço social da globalização em suas múltiplas expressões, com um novo olhar. O livro é um convite a que mais pessoas se empenhem para que esses novos tempos pareçam menos apavorantes e ansiogênicos, para que possamos explorar sua vertente da invenção criativa de um novo laço social, um novo amor além da hierarquia paterna estabelecida na era da modernidade. Entre os tem as abordados, destacam-se a hipermodernidade e as possibilidades virtuais da realidade.
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A MORTE DE SI
Unindo uma escuta de três décadas na clínica analítica a uma fina leitura de Freud e Lacan, e atravessando a literatura, o cinema, a filosofia e os estudos sobre suicídio, A morte de si é sobre o conflito que inventa nossas existências, a luta entre Thanatos e Eros que levamos a cabo até o último minuto.
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A TRANSMISSÃO DA PSICANÁLISE NO INSTITUTO: A EXPERIÊNCIA DO CLIN-A
“Uma Escola de psicanálise é o lugar precípuo da formação do analista, da psicanálise em intensão ou da psicanálise propriamente dita, como afirma Lacan no Ato de fundação, ao estabelecer a Seção de Psicanálise Pura. O Instituto do Campo Freudiano, criado a partir da Escola, é o lugar da extensão da psicanálise, ou seja, de sua aplicação em cursos, em núcleos de pesquisas, na prática clínica, em seminários, no trabalho com outras instituições, prioritariamente hospitais, por meio da apresentação de pacientes e supervisões”.
Maria do Carmo Dias Batista
“Uma das vias que se apresentou para o desenvolvimento da proposta do CLIN-a foi a criação de uma clínica que pudesse fazer laço com outros discursos que gravitam em torno do sofrimento psíquico: a medicina, a psiquiatria, a saúde mental, os dispositivos jurídicos, a educação, a cultura e as artes. Não sabíamos muito bem como propor uma clínica que pudesse se articular com essas áreas e a proposta encaminhava-se para uma prática não standard, justamente para propiciar o intercâmbio.”
Rômulo Ferreira da Silva