Editorial #18

 

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O ano de 2015 começou sob os impactos dos acontecimentos de Paris. O real em jogo fez vacilar os semblantes. A comunidade analítica não ficou inerte. Ela é obrigada a ler sua época e identificar de que modo as reconfigurações políticas criam novos sulcos para a libido destrutiva que tolera cada vez menos a diferença de seu vizinho. No mundo globalizado não há mais povos distantes, salvo pequenos redutos como a Coréia do Norte, o inimigo é o mais íntimo. Judeus e muçulmanos, russos e ucranianos, o bairro chique e a favela, todos se segregam e se encontram na esquina ao lado. Essa inquietante presença do outro não deixa de afetar a clínica. É necessário um novo olhar e um novo savoir faire. Daí a importância de nossos Congressos e Encontros. Quando nos encontramos podemos trocar experiências e caminharmos do empirismo para a elaboração de uma nova doutrina. Em setembro o Brasil acolhe o ENAPOL. Toda a América lacaniana deverá se encontrar para debater o modo como as imagens e as câmeras, espalhadas por todas as esquinas, perturbam as defesas e afetam o sintoma de cada um. 

 

Marcelo Veras

Diretor da EBP