Bibliô #05

Outubro 2013

Boletim eletrônico das Bibliotecas da EBP

 

Maria Josefina Fuentes (Diretora Secretária da EBP)
Tânia Abreu (Coordenadora da Comissão de Bibliotecas da EBP)

 

Um panorama repleto de atividades nas 13 Bibliotecas da EBP é o que se pode ler neste número do Bibliô para o mês de outubro. Destaca-se, no Bibliô Entrevista, o depoimento imperdível de Petra Costa, diretora do filme Elena, entrevistada por Tânia Abreu e que ilumina o debate sobre o filme que vem acontecendo nas várias Bibliotecas das Seções e Delegações. O filme, cuja exibição foi gentilmente autorizada pela própria diretora, percorre o Brasil, dando consistência ao trabalho da Biblioteca Una da EBP. Ainda no Bibliô Entrevista, Philippe Lacadée fala do seu livro lançado na França La vraie vie à l’école, (A verdadeira vida na escola), respondendo às instigantes questões de Cristiana Pittella de Mattos.

 

A novidade do mês é o lançamento do livro Autismo: a cada um seu genoma, de François Ansermet, pela Noga Skalar Editora, inaugurando uma coleção especial da EBP sobre Psicanálise & Ciência. Dois lançamentos já estão na agenda de outubro, um em Belo Horizonte e o outro no Rio de Janeiro, que acontecerão durante as Jornadas da EBP- MG (18/10), e da EBP-RJ (25/10).

 

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RESENHA DO LIVRO por Zelma Galesi

O psicanalista François Ansermet na parceria com a geneticista Ariane Giacobino no livro Autismo: a cada um o seu genoma, levantamo que hoje é uma questão crucial : a de que tudo o que tinha sido pensado previamente sobre o autismo está submetido a uma crítica radical, tanto que a ideia de uma causalidade psíquica é colocada em causa. Mesmo assim, uma inundação de elevadas tecnologias comprometem-se em delimitar o determinante genético do autismo.


No entanto, ao traçar as vias do estado atual da pesquisa em genética verificou-se que o código genético, sob todas as suas declinações, não libera uma causalidade única. Se cada sujeito austista esta efetivamente geneticamente determinado, estas causas determinantes são incessantementes diferentes, ao mesmo tempo, múltiplas e únicas. Dessa maneira, as variações interindividuais torna-se uma questão fundamental para a genética. O que mais chama a atenção neste livro é o fato de que em meio às inúmeras pesquisas encontrar-se um cruzamento inesperado entre dois campos que tinham até então tudo para se oporem: a genética e a psicanálise.


Em uma linguagem acessível os autores exploram as sequências genômicas em todos os seus estados – codificantes, não-codificantes, variáveis e supostas serem diretamente ou indiretamente patógenas até incluirem as hipóteses das “modificações epigenéticas “, que são as mudanças induzidas pelo ambiente, ao nível da expressão dos genes.


O que ganha destaque é o fato de que as pesquisas genéticas serem convocadas com a esperança de se isolar um fator causal biológico ao invés de um psíquico, pois a  ideia de uma determinação genética é experimentada como desculpabilizante, principalmente em relação às mães que muito frequentemente foram designadas como estando na origem da evolução autística de sua criança. Tenta-se, assim, passar de um fator causal psíquico para um fator causal biológico.


A conclusão dos autores aponta, porém, no sentido de que se cada autista tem a sua base genética particular isto conduz, também, ao reconhecimento de sua singularidade. Diante dos resultados os mais contemporâneos da genética do autismo, tratar-se-ia de colocar em jogo uma clínica do caso a caso, do um por um, como aquela promovida pela psicanálise, que visa justamente a singularidade, a mais irredutível do sujeito.

 

 

 

Comemoração da publicação do Seminário livro VI

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Le désir et son interprétation

Sabemos que depois de Freud, Jacques Lacan é o personagem mais conhecido no mundo inteiro onde se pratica ou não a psicanálise.


Homem do século XX, nascido em 1901 e morto em 1981, apesar dos milhares de seguidores nos quatro pontos cardeais, ficou famoso, sobretudo pelo seu retorno a Freud, resgatando assim a psicanálise que se afastava cada vez mais do papel inovador e subversivo que seu fundador lhe imprimira.


No meio intelectual tanto francês quanto universal, destacou-se principalmente ao levar a psicanálise freudiana para o campo do estruturalismo levystraussiano.


Apesar do grande número de volumes publicados tendo ele como autor, não se considerava, entretanto, ele mesmo, autor de uma obra, mas “ensinante”, uma vez que por mais de 30 anos sustentou brilhantemente seus Seminários, desde a época em que era analista didata da IPA (Associação Internacional de Psicanálise) fundada por Freud em 1910 e da qual foi expulso (ex-comungado segundo ele) em 1963.


O conjunto de seus seminários vai compor uma série de 26 volumes, quando for integralmente publicado.
Lacan elegeu Jacques-Alain Miller, o seu herdeiro intelectual e por isso mesmo atribuiu-lhe a função de estabelecer e publicar todos os volumes.


Possuidor de uma erudição impar, citando em suas aulas semanais os clássicos da literatura francesa e universal, filósofos, lingüistas, mas também filmes, peças de teatro (desde as gregas às mais contemporâneas) jamais passou por cima da sua experiência de praticante da psicanálise.


A publicação deste manancial inesgotável saber sobre o ser humano, esse ser falante que nós somos _o conjunto dos seus seminários _ não segue uma ordem cronológica, mas uma lógica pertinente, rigorosamente seguida pelo seu genro e herdeiro Jacques-Alain Miller.


É assim que recebemos com imensa alegria e entusiasmo o “Le désir et son interprétation” seu sexto seminário, ministrado nos anos de 1958 e 1959.


A leitura hoje, desse tesouro teórico e clínico para todo analista, mas, sobretudo para aquele que segue a chamada “orientação lacaniana”, obrigatória, deve ser feita sob a ótica do que costumamos chamar no campo freudiano, seu TDE ( Tout Dernier Enseignement _  Ultimíssimo Ensino).


A parceria entre a EBP-Rio e a Maison de France está feliz em celebrar esse lançamento em Paris e no mundo do SEMINÁRIO VI “LE DÉSIR ET SON INTERPRÉTATION”.

Fernando Coutinho Barros

 

ATIVIDADES NAS BIBLIOTECAS

DA EBP

 

EBP-SÃO PAULO

Diretor de Biblioteca: Cynthia Freitas

 

Resenha: Violência em debate

Por Maria Noemi de Araujo


A Noite da Biblioteca da EBP-SP (04/09/2013), sob a coordenação da Diretora de Biblioteca, Cynthia Farias, com as presenças de Ondina Machado e Heloisa Prado Silva Telles, duas dos dezoito autores de violência: sintoma social da época (Machado e Derezensky, 2013), abriu um importante debate sobre a construção de uma noção de violência presente no livro. Além disso, Marizilda Paulino prestou uma homenagem singela ao membro horário desta Escola Márcio Peter (1949-2012) que participou da criação da Biblioteca da Escola.
Do lugar de organizadora, Ondina apresentou o livro como produto de um inestimável esforço coletivo das três Escolas de Psicanálise - EBP, EOL e NEL -, dos  autores e do entrevistado Éric Laurent. Como autora do artigo “Violência e feminilização do mundo” (p.129), ela focou a discussão na noção de violência como algo distinto do conceito psicanalítico de agressividade, por ser este o que mais se aproxima do uso desse termo feito por Lacan para falar do sujeito de linguagem (Seminário 5). Além disso, se distinguiu o ato de violência utilitário do de Gozo. Ou seja, se destingiu o crime com objeto (assalta-se por dinheiro) daquele sem sentido que, por não ser mediado pelo simbólico, é cometido por puro gozo.


Heloisa ressaltou a importância do seu diálogo com colegas do CIEN, como Beatriz Udenio, para a elaboração dessa reflexão e destacou alguns pontos do seu texto “Destinos da Infância” (p.271). Com isso a autora respondeu a questão do texto: Como pensar a infelicidade, o infortúnio, a desdita a propósito da infância?


O público se manifestou trazendo questões sobre o título do livro; a violência dos black blocs, polícia, e filmagens das últimas manifestações; o crime de Althusser; a criança como objeto e objeto a  e medidas de segurança  higienistas visando a proteção da infância.

 

Biblioteca na Cidade – O Entusiasmo do bom encontro

Resenha do evento: “Violência hoje: Diálogo entre a psicanálise e as políticas públicas de saúde acerca do fenômeno na atualidade”.


Por Jacqueline Mendes David / Zilda Regina de Souza

 

Em 05 de setembro, São José dos Campos contou com a presença da psicanálise de orientação lacaniana, representada pela Diretoria de Biblioteca da EBP-SP e pela convidada Ondina Machado, que juntamente com o Núcleo Viva Paz, do Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE XXVII), abordaram o fenômeno da violência na atualidade.


A platéia, composta por trabalhadores da área da saúde, da vara a infância e família, da educação, assistentes sociais, psicólogos clínicos, participou  com muito entusiasmo. Dentre as considerações feitas, destacamos: o sistema capitalista como um elemento “coisificador” dos sujeitos e gerador de violências; a pseudo inclusão social no Brasil; a diferença entre agressividade e violência e se os dispositivos sociais possibilitam a regulação da agressividade; se a violência não tem cura, apenas tratamento, qual o lugar da educação nesse contexto?; as instituições jurídicas propõem cuidar dos excessos e o que se observa é que a pessoa que praticou violência também sofreu violência num efeito de repetição e que as instituições também violam direitos, portanto, a violência é um fenômeno multifatorial; o desejo das famílias de que seus filhos nasçam já reconhecendo seus deveres e não só seus direitos; o contrário da violência é a cidadania; a violência nasce onde morre a palavra e o afeto; indicação de metodologias para o enfrentamento como a “justiça restaurativa”.
O evento contou com mais de 100 inscritos, encerrou-se apesar de haverem ainda muitas questões a serem colocadas, deixando o desejo de um novo bom encontro.

 

EBP-RIO DE JANEIRO

Diretor de Biblioteca: Fernando Coutinho

 

Aconteceu: dia 9 de setembro, na Noite da Biblioteca, o lançamento do livro Caroço, de Renato Rezende (escritor), com o Posfácio de Cláudio Oliveira (filósofo), que estiveram presentes no debate, com Ana Lúcia Lutterbach-Holck: Nós e o corpo do texto, coordenado por Sandra Viola. A atividade foi organizada, em parceria, pela Comissão de Biblioteca e pela coordenação das XXII Jornadas.

 

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RESENHA DO LIVRO POR FRANCISCA JOANA MENTA SOARES

 

Caroço é o último livro da Trilogia da Fantasia que, segundo o autor, ressoa com os conceitos lacanianos de real, simbólico e imaginário.

 

O primeiro livro, Amarração, fala de uma relação especular, imaginária, em que se dá o nascimento de si mesmo. Caroço é uma tentativa de satisfazer o resto das questões do primeiro livro na via do real, e o terceiro, ainda inédito, Auréola, na via do simbólico.

 

Caroço é um texto complexo que trata de uma perda, um luto. Há um corpo marcado que fala e há o impossível de ser dito. Há uma travessia onde a personagem é conduzida por uma experiência abissal, uma experiência do real que toca o corpo, em cada cama onde o viajante dorme. A personagem oscila entre a sombra do objeto perdido (no luto) e a posição de objeto desejo. Sua experiência aproxima-se ao testemunho de uma análise.

 

Segundo Cláudio Oliveira, desde o livro Noivas, há um flerte entre a escrita de Renato e os Seminários 11 e 20 de Lacan, de onde retira frases, mesclando-as com as de Caroço, para então escrever o Posfácio. Caroço parece ser uma espécie de retorno, em forma de romance, de algo da experiência da mutilação no amor que trata da relação com o feminino.
         A escrita é uma “necessidade ontológica” do autor em dar conta de algo, sendo os livros uma espécie de busca e solução. Transformar uma história em corpo literário passível de ser usado pelos leitores é a maneira que Renato Rezende se faz construir.

 

Dia 4 de outubro, às 18h30, na Mediateca da Maison de France, haverá a
comemoração da publicação  do Seminário, livro VI “Le désir et son interpretation”. Romildo do Rêgo Barros e Paulo Vidal serão os palestrantes esta atividade coordenada por Mirta Zbrun.

 

Dia 25 de outubro: às 20h, durante as XXII Jornadas Clínicas da EBP-RJ e do ICP "Nós e o corpo: enlaces e desenlaces na psicanálise hoje", lançamento do livro de François Ansermet, A cada um seu genoma. Casa de Espanha, Rua Maria Eugênia, 300, Humaitá.

 

 

EBP-MINAS

Diretor de Biblioteca: Laura Rubião

 

Dia 18 de outubro, às 20h, na noite de sexta-feira durante as XVIII Jornadas, lançamento do livro de François Ansermet, “Autismo: a cada um seu genoma”

 

Privilegiando o tema do VI Enapol “Falar com o corpo. A crise das normas e a agitação do real”, somos instigados pelas  palavras de Laurent[1]  ao acompanharmos as consequências da submissão dos corpos na contemporaneidade a uma “lei de ferro”, na medida em que se entregam a uma fruição autoerótica sem qualquer apelo à interpretação e ao sentido.
Com efeito, o imaginário de nossa época, não produz mais personagens como Madame Bovary ou Hamlet, enredados nas tramas do desejo e capturados pela crença no amor ao pai. É o que testemunha Brandon, personagem do filme Shame de Steve McQueen,  escolhido como objeto de nossa reflexão.  Embora desfrute do uso de um corpo que ‘se goza’ em aparente liberdade, ele não parece propriamente apaziguado ou desangustiado.

 

OUTUBRO - Dia 22 - O aprisionamento no livre uso do corpo – um comentário sobre o filme Shame de Steve McQueen
Responsável: Sérgio Laia


A Biblioteca no Pátio Savassi promoveu  em 27/09 mais um encontro da série: “A cidade pulsa e a psicanálise escuta”

 

O tema foi apresentado pela psicanalista e membro da Escola Brasileira de Psicanalise e Associação Mundial de Psicanalise, Ludmila Feres Faria, e pela médica e psicanalista Cristiane Cunha  quer debateram a visão da juventude em relação à puberdade, a violência e as novas formações de grupos.

 

Segundo Ludmila Feres Faria, é fundamental discutir a juventude e a formação de gangues tradicionais que vem se constituindo em torno de um ideal e as mudanças operadas no mundo contemporâneo. “Vemos surgir novas configurações grupais, em especial entre adolescentes, por exemplos, os grupos virtuais, as galeras e também as gangues. Qual a função desses grupos para os jovens? Quais as soluções os grupos podem trazer para este período da vida? Quais os impasses?”, destaca a psicanalista.

 

De acordo com Cristiane Cunha, a puberdade, a mais delicada das transições dos jovens, é também um arrombamento. “A adolescência pode ser pensada como uma resposta, um sintoma da puberdade, respostas possíveis diante do impossível. As incidências do declínio dos ideais e do discurso amoroso afetam o trabalho da adolescência na atualidade. As respostas possíveis, e frequentes na nossa época, abrangem a violência, o erro, o fracasso escolar, a anorexia, a bulimia, e obesidade e outras questões. É possível ocupar outro lugar, que ofereça menos risco ao adolescente”, reforçou a psicanalista.

 

EBP-BAHIA

Diretor de Biblioteca: Nilton Cerqueira

Lançamento “Resta o Pó”, de Ricardo Cruz

 

A Biblioteca EBP –Ba, em parceria com o curso de pós-graduação TPOL – Teoria da Psicanálise de Orientação Lacaniana, realizará o lançamento do livro "Resta o Pó e Outros Contos" de Ricardo Cruz (Associado do IBP), no dia 18 de outubro de 2013, sexta-feira, às 18 horas. Nesta ocasião, ocorrerá a intervenção de Antônia Herrera, Professora de Teoria Literária da UFBA, sob coordenação de Rogério Barros (Associado IPB).
 

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O feminino e o infinito

Ocorreu na EBP - sessão Bahia o lançamento do livro “Feminino: um conjunto aberto ao infinito” que trás o percurso elaborado por Graciela Bessa para abordar o gozo feminino e as implicações da inexistência do significante d’A mulher. Miller no livro “Perspectivas dos escritos e outros escritos de Lacan” refere à importância de trazer à ordem do dia o princípio freudiano do infinito. Orientada por este princípio, Gracila aponta a guinada realizada por Lacan ao abordar o feminino, não como um conjunto que falta uma peça, mas como um conjunto aberto ao infinito por estar não-todo inscrito na lógica fálica. Esta mudança possibilitou novas perspectivas frente a diversas querelas que giram em torno do feminino considerado a partir da lógica fálica. A hipótese que orienta este trabalho é de que a devastação, estruturalmente feminina, decorre da inexistência do significante d’A mulher e pode tomar a forma de um gozo sem limites, na vertente da pulsão de morte, ou do arrebatamento. Graciela recorre aos depoimentos de passes das analistas da escola buscando identificar o ponto de devastação em cada relato e o modo singular encontrado para saber fazer com a ausência do significante que as nomeie mulher.


Luiza Sarno

 

Soante

Na sexta-feira, 23 de agosto, na biblioteca da EBP-BA, aconteceu o lançamento do segundo livro da poetiza e psicanalista Lucíola Macêdo, Soante. Fruto das ressonâncias da leitura da obra do Primo Levi, cuja escrita sobre o holocausto desde a perspectiva de prisioneiro em Auschwitz-Birkenau é considerada um dos mais importantes trabalhos memorialísticos do século XX, esta obra convida ao leitor, em poesia viva, a rodear o impossível de ser dito da experiência de tortura. Nesta ocasião, foi realizada mesa redonda, coordenada pelo Diretor de Biblioteca Nilton Cerqueira, com a intervenção da autora e do Professor de Ciência Política da UFBA e membro do CBV Joviniano Neto com o tema: “Qual o valor do testemunho na psicanálise e na política?”. A concepção do testemunho trazida pelo cientista político está dentro do pragmatismo da organização social humana: ele é, antes de tudo, uma forma de transmissão e manutenção de leis, pautado num substrato fatídico - um acontecimento que convoca ser testemunhado. Nesta direção, Macêdo pontua que, ao testemunhar, inevitavelmente há implicação do ser de fala, levando-nos a elaboração de as dificuldades em testemunhar decorrem do impossível de ser dito do encontro com o real. Provocador, paradoxal e instigante, Soante nos leva aos limites da estrutura simbólica, onde não há palavras que nomeiem a redução humana a sua condição de objeto.

 

Rogério Barros

 

EBP-PERNAMBUCO

Secretário de Biblioteca: Carolina Queiróz

 

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EBP-SANTA CATARINA

Secretário de Biblioteca: Laureci Nunes

 

Aconteceu na EBP SC

Rendez-vous chez Lacan
Em 13 de setembro, na UFSC, realizou-se exibição e debate do documentário de Gérard Miller Rendez-vous chez Lacan. Após exibição do filme Flávia Cera destacou alguns elementos que filme aporta, como o aspecto performativo de Lacan, o uso dos gestos, muito próximo de sua posição como analista em seus últimos anos, quando cada vez mais ele se utilizava de gestos e menos de palavras, evitando a via do sentido. Lembrou também da ordem quase inversa entre desejo e gozo, ao levantar as questões sobre o pagamento do tratamento. Flávia destacou a importância em ceder em gozo, cujo correlato é o dinheiro em análise, para não ceder em desejo na vida. A reunião seguiu com debate, coordenado por Laureci Nunes, onde a importância do pagamento das sessões e a relatividade do valor monetário, causou interesse entre os presentes; foi também motivo de nota a surpresa entre os presentes do pouco apreço que Lacan manifestava com suas marcas à posteridade, refletiva, por exemplo, na pequena quantidade de material escrito de próprio punho.


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Elena
A exibição e debate do filme Elena ocorreu em 03 de setembro, no centro Cultural Badesc. Numa concorrida sessão de cinema, que deixou muita gente do lado de fora, estiveram presentes as psicanalista Jussara Bado e Soraya Valerim e o mestre em literatura Diego Cervelin. Os comentadores foram unânimes em destacar a delicadeza do documentário, sua conotação poética, em contrastes com o duro tema que aborda: desvario, perda, desorientação e gozo feminino em sua dimensão trágica: suicídio. Também o espelhismo entre as três mulheres e a forma como cada uma foi atravessada pelo vazio vertiginoso foram  destaques comum.
Os comentários foram seguidos de amplo debate, coordenado por Laureci Nunes, e girou ao redor da identificação que unia as três mulheres, o excessivo do gozo feminino, e seu contraponto: a pouca expressividade de figuras masculinas. Da constatação de que Petra se salva quando começa a procurar a irmã fora dela mesma, sendo essa a marca da efetiva separação, que finaliza um longuíssimo trabalho de luto. E, por último, não passou despercebido as marca da sociedade das imagens, o mundo visto através das telas, tanto por Elena como pela sociedade americana, assim como o ideal do cinema americano, hollywoodiano, para as três mulheres, em seus  sonhos de serem atrizes.

 

Programação para outubro

 

Lançamentos de livros em revista


04/10-
Lançamentos dos livros de Nieves Soria:
Dois seminários: 1. Clínica da Sexuação e 2. Inibição, sintoma e Angústia. Trata-se dos seminários realizados na Bahia e em Pernambuco, que foram estabelecidos pelo Instituto de Pesquisa da Bahia.


Nudos del analista - 
Livro recém-lançado em Buenos Aires, que será lançado no Brasil, Flotrianópolis, pela autora
Local:  a ser definido.

 

 

11/10 – Arteira – Revista da EBPSC,  com artigos de colegas da Seção e EBP e textos de: Eric Laurent, Fabian Fajnwaks, Silvia Salman, Gustavo Stiglitz, Silvia Elena Tendrlarz. O lançamento será durante a VIII Jornada da EBPSC, no Hotel Floph, as 21:30.
Capa da Arteira.

 

11 e 12/10  - “...e afinal, o corpo fala?”- VIII Jornada da EBP SC, que acontecerá no Hotel Floph, Florianópolis – Seminário Internacional – Do sintoma na criança ao sintoma da criança – por José Fernando Velásquez (membro Nel/AMP).

 

 

DELEGAÇÃO GERAL MARANHÃO

Secretário de Biblioteca: Anícia Ewerton

 

 

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DELEGAÇÃO PARAÍBA

Secretário de Biblioteca: Maria Cristina Maia Fernandes

 

Dia 04 de outubro: em Campina Grande, seminário preparatório para o ENAPOL, sob a coordenação de Margarida Assad e Lourdinha Aragão.

 

O Seminário de Orientação Lacaniana tem acontecido mensalmente na DPB, com a discussão do Seminário 19, ‘... o pior’, de Lacan, sob a coordenação de Cleide Monteiro e Glacy Gorski.


Em outubro, o SOL também dará a vez às discussões em torno do HAUN, ocasiões em que serão discutidos os textos que tem saído no Boletim.

 

Seguindo a sequência dos Mini Cursos propostos pelos Núcleos da DPB, no dia 26 de outubro, de 08:00 às 12:00 e 14:00 às 18:00, será a vez da psicose. Mª Cristina Maia, através do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Psicose, irá promover o mini curso ‘A psicose e suas vicissitudes – uma introdução ao estudo das psicoses’, com duração de 08 horas.

 

COMISSÃO EDITORIAL

 

Redação: Maria Josefina Sota Fuentes e Tânia Abreu
Equipe: Mirta Zbrun, Fernanda Otoni, Ana Martha Maia, Laureci Nunes e Bernadette Pitteri
Coolaboradores: Fernando Coutinho (RJ), Laura Rubião (MG), Nilton Cerqueira (BA), Cynthia Freitas (SP), Carolina Queiróz (PE), Laureci Nunes (SC), Célia Winter (PR), Anícia Ewerton (MA), Aparecida Andrade de Lima (MG/MS), Ordália Alves Junqueira (GO/DF), Cristina Maia (PA), Tânia Prates (ES) e Cláudia Formiga (RN).
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