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EBP São Paulo
O que se escreve da Pai-versão
por Carmen Silvia Cervelatti

A Seção São Paulo da EBP dedicou várias atividades de 2017 preparando as VII Jornadas. Pai-versões foi seu tema.

O Conselho e a Diretoria foram parceiros neste trabalho. Passamos por Miller, “Sobre padres y causas”; por Lacan no Seminário 23, “Prescindir do pai com a condição de servir-se dele” e pelo equívoco homofônico na língua francesa Père-version/perversion, articulado ao amor e ao respeito pelo pai que soube tomar uma mulher como causa de seu desejo, no Seminário RSI. Finalmente, por Éric Laurent, com “O novo amor ao Pai”. Na clínica, trabalhamos com o Pai no Homem dos Lobos, o Pai em Joyce e a Loucura.

Cada pai-versão não deixa de ser uma invenção para escrever a não-relação que nos faz falasseres. Para terminar este ano de trabalho, recolhemos frases de colegas da EBP-SP que estiveram mais diretamente ligados a este trabalho preparatório. Em sua pluralidade, eis o que se escreveu em alguns deles:
O pai continua up to date – sua função varia desde legislar quanto ao desejo até colocar limite ao gozo.
(Sandra Grostein, coordenadora geral das VII Jornadas)

Questionar-se sobre o feminino implica em um saber fazer para além das regras e garantias, seja a anatômica, a jurídica, a moral, ou ainda as novas nomeações ofertadas. A cada um, uma versão.
(Paola Salinas, membro do Conselho e Diretora Secretária Tesoureira)

Em RSI, Lacan coloca a père-version como a orientação de um pai em direção a uma mulher que causa seu desejo e a mulher como mãe, devendo cuidar dos objetos a que são as crianças.
(Perpétua Medrado, Diretora de Biblioteca)

A “desordem provocada na junção mais íntima do sentimento de vida” que Lacan constata em Schreber, leva Miller à “psicose ordinária”, a partir das externalidades corporal, social, subjetiva, sexual. (Bernadette Pitteri, membro do Conselho)

Pai! Ao menos Um que possa encarnar esta função – função de “sinthoma”.
(Patricia Badari, Presidente do Conselho)

Pai-versão é um conceito, e cada um tem a sua, seu sinthoma. Joyce o sinthoma é a sua encarnação: diante da demissão paterna, a solução foi ter um nome que durasse. O Homem dos Lobos identificou-se ao nome psicanalítico. São invenções que tornaram possível entrar algo do Pai no nome comum.
(Carmen Silvia Cervelatti, membro do Conselho e Diretora Geral da EBP-SP).



 
   
   
   
 
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